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segunda-feira, 3 de maio de 2010

boletim informativo da IBIP - edição 18 - dia 02 de maio de 2010

1ª Pag.

                          O Nó do Afeto


Em uma reunião de pais numa escola da periferia, a diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos; pedia-lhes também que se fizessem presentes o máximo de tempo possível...


Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempinho para se dedicar e entender a crianças.

Mas a diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho,nem

de vê-lo, durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava dormindo...

Quando voltava do serviço já era muito tarde e o garoto não estava mais acordado.

Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites quando chegava em casa.

E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.

Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado

ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.

A diretora emocionou-se com aquela singela história e ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.

O fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros.

Aquele pai encontrou a sua, que era simples, mas eficiente.

E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.

Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.

É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso.

Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a Linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.

As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas SABEM registrar um gesto de amor.

Mesmo que esse gesto seja apenas um nó.....

Um nó cheio de afeto e carinho. . . .

E você?... Já deu algum nó afetivo hoje?

2ª Pag.


Carro estragado - Modelo de discipulado???




“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações...” Mateus 28.19

Outro dia meu carro teve uma pane.

O problema era mais sério do que eu pensara e tive que pedir a um amigo que me puxasse com o seu carro até uma oficina mecânica.

Com uma corda bem resistente, não muito curta nem muito longa, amarramos o meu carro ao dele e lá fomos nós, atravessando a cidade.

:: Marcas daquele trajeto:

Onde ele passava, lá estava eu atrás.

Virava para a direita? Eu também. Para a esquerda? Eu, igualmente.

Ele aumentava a velocidade? O mesmo se passava comigo.

Diminuía? Eu diminuía.

Ele parava no semáforo? Eu também.

Avançava? Lá ia eu atrás dele.

Em alguns pontos do trajeto percebi que meu carro, mais leve, avançava mais rápido que o dele, colocando em risco meu pára-choque dianteiro e o pára-choque traseiro do seu carro. Então eu fui com o pé no freio, e a maior parte do caminho eu fui sendo arrastado e freando para não me aproximar muito.

Liguei meu pisca alerta e mantive a distância.

:: Em outras palavras:

Eu estava amarrado a ele; não podia ultrapassá-lo; não me arriscava a me aproximar muito; avançava com o pé no freio. Em tudo o que ele fazia, eu o imitava.

Você quer ouvir uma triste notícia?

Há muita gente que pensa que estas são as marcas de um bom discipulado.

Não, não. Estas são as marcas de um carro estragado.

Quando você vir duas pessoas, o mestre e o discípulo, num relacionamento como o descrito acima, não se alegre, não teça elogios.

São marcas de carro estragado, de comportamento doentio, e nunca de um discipulado cristão.

Quando você vê duas pessoas numa política de imitação, onde o que segue atrás não pode aumentar a velocidade; anda amarrado ao da frente; com velocidade controlada; tem que avançar com “freio puxado”, e quando se aproxima muito, há choques...

Saiba bem claro: Isto não é discipulado cristão.

Se dissermos que Jesus tinha suas cordas, é bom esclarecermos que eram cordas de amor.

Cordas que tiravam os fracos do lamaçal, que levavam os pobres ao topo da montanha; que transladavam os famintos à mesa abundante; que conduziam os cegos ao bom caminho.

Sim, mas estas cordas de amor não impediam aos que o seguiam de parar à beira do caminho; ou dele se distanciarem, descontentes, escandalizados.

Cordas que se esticavam, no distanciamento, e que, na aproximação, não produziam acidentes.

A beleza daquele novo relacionamento entre Jesus e seus discípulos estava no fato de que ele não uniformizava os seus seguidores, não lhes tirava a identidade pessoal, não lhes destruía a personalidade, não lhes ditava uma única ocupação, atividade ou ministério.

Paulo, Apolo, Pedro, João...

Exemplos, dentre muitos outros.

Sim, o Criador das diferenças as permitia.

:: Você sabe o que Jesus nunca permitiu em sua caminhada?

Que o arrastar da multidão o parasse ou diminuísse sua marcha.

Que os milhares que o seguiam, e que queriam puxá-lo em direção oposta, o vencessem.

Mesmo que, qual pastor, ele caminhava lentamente com as ovelhas que amamentavam, e carregava os cordeirinhos no colo.

:: Você sabe onde termina um discipulado errado?

Aqui: Os que seguem, colocam uma marcha à ré e conseguem, enfim, puxar o que, antes, era o mestre para o caminho do erro.

Por que?

Porque os discípulos eram dele, e não de Cristo.

Quanto ao discipulado correto, ele se inicia neste ponto:

Paramos nosso carro; sentamo-nos “na poltrona do carona” e entregamos a Jesus, e a Ele somente, o volante, o freio, o acelerador.

Algo que eu nunca poderia ter feito com o meu amigo que me puxou até à oficina mecânica.

- Moisés Suriba - Missionário -






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